Biópsia da tireoide: entenda os resultados do exame citológico 

Você quer entender como funciona a análise da biópsia de tireoide? Dr. Eduardo Henrique é médico Endocrinologista em São Paulo e explica!

Mais sobre a biópsia da tireoide e o exame citológico


Nódulos tireoidianos são comuns e podem ser encontrados em até 60% da população.

Em grande parte dos casos, a realização da biópsia da tireoide através da aspiração por agulha fina (PAAF) é o melhor exame disponível para diferenciar lesões nodulares tireoidianas benignas das malignas.


Este é um procedimento rápido, realizado a nível ambulatorial, pouco invasivo e com baixas taxas de complicações.


Na maioria das vezes, o exame irá fornecer a informação da natureza do nódulo e pode ajudar a evitar a realização de cirurgias desnecessárias, em nódulos benignos. 


Você poderá ler mais sobre o procedimento da Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF) no nosso site!

Após a coleta do material na punção da tireoide, como ele é analisado?

A amostra da biópsia coletada por aspiração por agulha fina (PAAF) é espalhada em pequenas lâminas de vidro. 

Após, as lâminas são processadas e coradas para observação ao microscópio.

A análise detalhada das células presentes nas lâminas irá definir o resultado da punção.


Entenda a biopsia da tireoide: quais os possíveis resultados?

Classificamos os resultados da biópsia da tireoide em seis categorias possíveis, de acordo com o Bethesda System for Reporting Thyroid Cytopathology (Bethesda).


Abaixo, conheça cada uma das categorias:

Bethesda I (Amostra Insatisfatória / Não diagnóstica)


Significa que não há quantidade suficiente de células na amostra para fazer o diagnóstico.

Alguns nódulos apresentam poucas células da tireoide e isso dificulta a coleta de uma quantidade adequada de células para análise.


Amostras não diagnósticas também ocorrem quando apenas o líquido do nódulo ou cisto é aspirado.


A presença de grande quantidade de sangue, falhas no processamento e coloração das lâminas também podem tornar a amostra insatisfatória.


Nesse caso, o risco de malignidade nesta categoria é de 5 a 10%. 

Bethesda II (Benigno) 


Felizmente este é o resultado mais comum, encontrado em cerca de 70% das biópsias de tireoide.

O risco de malignidade nesta categoria é inferior a 3%

Bethesda III (Atipia de Significado Indeterminado)


Também chamamos essa categoria de “indeterminada”.


Isso porque, no exame citológico as células exibem algumas características que estão presentes nas células cancerígenas e outras que são tipicamente benignas.


Esse diagnóstico ocorre em até 10% das punções e acarreta em um risco de malignidade de 6 a 18%

Bethesda IV (Suspeita de Neoplasia Folicular) 


Juntamente com a categoria III de Bethesda, esse resultado constitui as citologias indeterminadas.


Este resultado ocorre em 15 a 30 % de todas as biópsias e apresenta um risco de 10-40 % de malignidade. 

Bethesda V (Suspeito de Malignidade)


Esta categoria inclui lesões com algumas características sugestivas, mas não definitivas, do câncer papilífero de tireoide ou outras malignidades.


Os nódulos nesta categoria têm um risco de 45 a 60% de malignidade.

Bethesda VI (Maligno)


Este resultado representa 3 a 7% de todas as biópsias.


O tipo mais comum de câncer de tireoide observado nesta categoria é o câncer papilífero da tireoide.


Dessa forma, quando uma biópsia traz este resultado, há 94-96 % de chance de que seja realmente uma lesão cancerígena

Qual a importância de correlacionar os resultados da biopsia da tireoide com a ultrassonografia?


O resultado da biopsia da tireoide conforme a classificação de Bethesda é o principal preditor de benignidade ou malignidade na análise de um nódulo de tireoide.


Contudo, se somarmos as informações do exame citológico com as características ultrassonográficas da lesão da tireoide, aumentamos significativamente a taxa de assertividade.


Assim, é de grande importância para o médico que irá analisar o material da biópsia ter ciência do aspecto no nódulo na ultrassonografia para uma maior precisão no diagnóstico. 


Qual conduta adotar para cada resultado obtido?

O tratamento de um nódulo de tireoide após a PAAF depende de diversos fatores, entre eles a história clínica, aspecto à ultrassonografia, preferência do paciente e decisão médica.


Ainda assim, o resultado da PAAF conforme a classificação citopatológica de Bethesda é o principal guia para conduta médica. 


Dessa forma, existem alguns procedimentos que seguidos com base no resultado obtido, a saber: 


Bethesda I (Amostra Insatisfatória / Não diagnóstica)  

Normalmente, indica-se repetir nova PAAF para coleta adicional de material para análise citológica. 


Bethesda II (Benigno) 

Devido ao baixo risco de malignidade desta categoria, o acompanhamento com ultrassonografia da tireoide a cada 6 a 12 meses é a prática mais indicada.


Considera-se necessário realizar nova PAAF se, durante o seguimento, houver um crescimento significativo do nódulo, isto é, um aumento >50% no volume ou >20% do diâmetro em 2 medidas ou mais do nódulo.


Além disso, caso ocorra o aparecimento de características suspeitas para malignidade na ultrassonografia, também indicamos a realização de uma nova biópsia da tireoide. 


Consideramos tratamento cirúrgico ou ablação por radiofrequência para nódulos benignos grandes e com sintomas compressivos, por exemplo, que causem dificuldade para engolir, falta de ar ou rouquidão.


Bethesda III (Atipia de Significado Indeterminado) e Bethesda IV (Suspeita de Neoplasia Folicular) 

Esse diagnóstico pode ocorrer em até 30% dos nódulos puncionados.


Isso significa que, mesmo que se retire um número adequado de células durante a PAAF, o exame microscópico pode não classificar de forma confiável o resultado como benigno ou maligno.


Nesta situação, podemos repetir a PAAF, realizar testes moleculares, fazer seguimento ultrassonográfico ou realizar a lobectomia, que consiste na retirada do lobo da tireoide contendo o tumor juntamente com o istmo (que une os lobos). 


A decisão da melhor conduta levará em consideração as características radiológicas da ultrassonografia e o histórico pessoal e familiar do paciente.


Ademais, levaremos em consideração os exames de sangue, a função tireoidiana, dosagem de calcitonina, dosagem de anticorpos tireoidianos, tamanho do nódulo e idade do paciente. 


Bethesda V (Suspeito de Malignidade)  

Esta categoria apresenta um risco significativo de malignidade.


Isto posto, a tireoidectomia total (retirada completa da tireoide) ou lobectomia (retirada do lobo contendo o tumor, juntamente com o istmo que une os lobos) é o tratamento mais comum. 


Bethesda VI (Maligno)  

Encaminhamos pacientes com este resultado para tratamento cirúrgico.


Entretanto, para casos de carcinoma papilífero da tireoide menores de 1 cm, confinados a tireoide e sem outros fatores de risco, a vigilância ativa é uma alternativa à cirurgia.


Essa conduta de acompanhamento é indicada, especialmente, quando os pacientes possuem outras comorbidades que apresentam um risco cirúrgico muito alto. 

Quem pode fazer o exame com o Dr. Eduardo Henrique?


Realizamos a punção aspirativa por agulha fina (PAAF) de nódulos e cistos de tireoide com análise citológica na Clínica Dr. Eduardo Henrique em qualquer paciente que apresente pedido médico. 


Ressaltamos que, ao receber o diagnóstico de um nódulo ou cisto na tireoide após uma ultrassonografia, é fundamental procurar o Endocrinologista.


Felizmente, boa parte dos nódulos são benignos e muitos não necessitam de punção.


No entanto, somente a uma avaliação detalhada das imagens ultrassonográficas juntamente com a anamnese do paciente será capaz de definir qual a melhor conduta a seguir.


Nossa clínica, contamos com uma Equipe de Endocrinologistas especializada em doenças da tireoide. Caso você necessite de uma avaliação especializada, será um prazer atendê-lo!

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