Nódulo na Tireoide

Chamamos de nódulo de tireoide lesões arredondadas que surgem no tecido desta glândula provocadas pelo crescimento anormal de suas células ou pelo acúmulo de líquido (nódulos císticos). 

Não sabemos a causa exata da maioria dos nódulos de tireoide, apesar deles serem muito comuns e aumentarem sua frequência com o envelhecimento.

Para se ter uma ideia, aos 60 anos cerca de metade das pessoas apresentam nódulos ao exame físico ou ultrassom da tireoide.

Quais as possíveis causas do nódulo na tireoide?


Existem algumas possíveis causas para a ocorrência destes nódulos. Por exemplo, a tireoidite de hashimoto, principal causa de hipotireoidismo, está associada a um maior risco de desenvolvimento de nódulos de tireoide.

A deficiência de iodo, atualmente pouco comum no Brasil devido ao consumo de sal iodado, é outro motivo de desenvolvimento dos nódulos.

Além disso, a exposição à radiação na região do pescoço também é um fator de risco para a formação de nódulos na tireoide. 

Uma informação relevante é que mais de 90% dos nódulos de tireoide são benignos.

No entanto, o mais preocupante é quando a causa do nódulo é o desenvolvimento de células malignas (câncer), como por exemplo, o carcinoma papilífero, o carcinoma folicular, carcinoma medular, carcinoma anaplásico, linfoma da tireóide e metástase de algum outro tumor distante para tireoide. 

Como fazemos o diagnóstico?

A maioria dos nódulos de tireoide não causam sintomas e, frequentemente, são descobertos ao acaso durante o exame físico do pescoço realizado pelo médico ou através de exames de imagem da região do pescoço, como o ultrassom, tomografia ou ressonância magnética.



No entanto, nódulos maiores podem ser notados pelo paciente devido ao aumento da região da tireoide, ou seja, a parte anterior do pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão.


Além disso, o paciente pode ter sintomas associados ao crescimento do nódulo ou à produção excessiva de hormônio pela tireoide. 

Ao diagnosticarmos um nódulo na tireoide, primeiramente, realizamos o exame de sangue para avaliar a produção dos hormônios tireoidianos, hormônio tireoestimulante (TSH) e tiroxina livre (T4 livre), pois alguns tipos de nódulos podem alterar a função da tireoide.


Além disso, precisamos realizar outros exames para determinar se o nódulo de tireoide é benigno ou maligno (câncer), dentre eles: 


Ultrassom de tireoide

Todos os pacientes com suspeita de nódulo ao exame físico ou que descobriram o nódulo incidentalmente durante outros exames de imagem devem realizar o ultrassom.

Isso porque, este exame determina o conteúdo do nódulo (sólido, misto ou cístico), avalia seu tamanho e localização.

Além disso, ele mostra características que podem estar associadas com câncer de tireoide, por exemplo, calcificação, bordas irregulares e nódulo hipoecogênico.

Vale ressaltar que este é o exame mais importante para o acompanhamento dos nódulos benignos. 


Punção aspirativa com agulha fina (PAAF)

Consiste em um procedimento ambulatorial em que o médico aspira o nódulo com uma pequena agulha guiada pelo ultrassom e espalha o conteúdo aspirado em uma lâmina de microscópio.

A avaliação das células coletadas pela PAAF ajuda o médico a definir se o nódulo é benigno ou maligno.

Indicamos este exame para nódulos maiores ou que apresentam algum aspecto sugestivo de câncer pelo ultrassom de tireoide. 


Teste molecular

Em alguns casos, mesmo com o resultado do ultrassom de tireoide e  da punção aspirativa com agulha fina (PAAF), não conseguimos determinar se o nódulo é benigno ou maligno.

Então, neste caso, a avaliação das características moleculares/genéticas das células do nódulo fornecem as informações necessárias para definirmos o melhor tratamento. 


Cintilografia de tireoide

É um exame realizado em pacientes que apresentam nódulos tireoidianos associados com hipertireoidismo (elevação dos hormônios tireoidianos).

Para realizar o exame, utilizamos uma substância que penetra nas células da tireoide e emite uma pequena quantidade de irradiação, captada por um aparelho.

Assim, conseguimos identificar em qual região da tireoide está ocorrendo a produção excessiva do hormônio tireoidiano.

A grande maioria dos nódulos de tireoide que produzem hormônio excessivamente são benignos. 

Os nódulos na tireoide podem causar sintomas?


Muitas vezes, os nódulos de tireoide são assintomáticos.


No entanto, quando são maiores, podem causar dificuldade para engolir, rouquidão ou falta de ar.



Além disso, podem provocar dor na região anterior do pescoço, principalmente quando evoluem com sangramento interno ou sintomas de hipertireoidismo.

Como será o tratamento do nódulo de tireóide?

A grande maioria dos nódulos de tireoide, desde que benignos e pequenos, podem ser acompanhados com ultrassom de tireoide, sem a necessidade de outros tratamentos.


Este acompanhamento é essencial, pois o nódulo pode crescer ou desenvolver características suspeitas para câncer. Geralmente, realizamos o exame físico e o ultrassom a cada 6 a 12 meses.


Já para os nódulos malignos ou suspeitos para câncer, indicamos a remoção cirúrgica, que pode ser de parte da tireoide (tireoidectomia parcial) ou de toda a tireoide (tireoidectomia total).


Podemos também tratar os pacientes com nódulos benignos sintomáticos, geralmente maiores de 4 cm, com cirurgia.


Outra modalidade de tratamento para nódulos benignos é a ablação, um procedimento no qual introduzimos uma agulha no nódulo que é conectada a um aparelho e aquece a região, matando as células do nódulo e diminuindo o seu tamanho.


Além disso, podemos tratar os nódulos que produzem hormônio tireoidiano em excesso com drogas antitireoidianas (DAT), que inibem a produção do hormônio, ou com iodo radioativo, que elimina as células que produzem os hormônios.


No caso do nódulo ser câncer de tireoide, teremos outras formas de tratamento e acompanhamento.

O mais importante é acompanhar seu caso com um endocrinologista que seja especialista em nódulos de tireoide para escolher qual a melhor forma de tratamento para você!


Share by: