Hipertireoidismo

O hipertireoidismo é um problema na tireoide que se caracteriza pela produção excessiva dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina).

Esses hormônios atuam em todos os sistemas do nosso organismo e o aumento em suas quantidades acelera o metabolismo e causa diferentes sintomas.

Quais são as causas do hipertireoidismo?


Em mais de 70% dos casos, o hipertireoidismo ocorre devido a doença de Graves, um problema autoimune que aumenta o volume da tireoide, que passa a produzir excessivamente os hormônios.

Assim como em outras doenças autoimunes, o hipertireoidismo tende a afetar várias pessoas de uma mesma família e ocorre com mais frequência em mulheres.

Outra causa de hipertireoidismo é a produção aumentada de hormônio tireoidiano por um nódulo ou mais nódulos na tireoide, conhecidos respectivamente por doença de Plummer e bócio multinodular tóxico. Este caso é mais frequente após os 50 anos de idade.

Menos frequentemente, o aumento dos hormônios tireoidianos pode ser secundário à ingestão de doses excessivas do próprio hormônio da tireoide ou à ingestão excessiva de iodo, presente em alguns medicamentos e algas marinhas.

Além disso, é possível um paciente ter temporariamente sintomas de hipertireoidismo se apresentar uma condição chamada tireoidite, que pode ocorrer por alterações no sistema imunológico ou por uma infecção viral que faz com que a glândula vaze o hormônio para a corrente sanguínea. 

Quais os sintomas do hipertireoidismo?

Os hormônios tireoidianos são responsáveis por controlar o nosso metabolismo. Assim, quando em excesso, todas as funções do corpo tendem a acelerar.

Dessa maneira, os principais sintomas do hipertireoidismo são:

  • Aumento da tireoide;
  • Tremor nas mãos;
  • Ansiedade;
  • Insônia;
  • Nervosismo;
  • Irritabilidade;
  • Aceleração da frequência cardíaca (Taquicardia);
  • Irregularidade do ritmo do coração (Arritmia);
  • Unhas fracas;
  • Alterações do ciclo menstrual;
  • Aumento das taxas de aborto e infertilidade;
  • Intolerância ao calor e aumento da sudorese;
  • Queda de cabelo, cabelo fino e quebradiço;
  • Fraqueza muscular - principalmente nos braços e coxas;
  • Perda de peso;
  • Aumento do número de evacuações/diarreia.

Em pacientes com Doença de Graves, pode ocorrer protusão dos olhos associado à irritação e vermelhidão, podendo ocorrer também visão dupla.

Além disso, o aumento do metabolismo ósseo leva a perda de cálcio dos ossos com elevação do risco de fraturas e osteoporose.

Como é o diagnóstico da doença?


O diagnóstico de hipertireoidismo é confirmado por exames que medem a quantidade dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina) e do TSH (hormônio tireoestimulante) no sangue.

Então, níveis aumentados de hormônios tireoidianos no sangue associado com baixo nível de TSH são típicos de uma glândula tireoide hiperfuncionante.

Além disso, podemos solicitar a dosagem do anticorpo anti-receptor de TSH (TRAB) que, quando elevado, confirma o diagnóstico de doença de Graves.

Outro exame possível é o ultrassom da tireoide que mostrará se toda a glândula está hiperativa ou se o paciente tem um bócio nodular tóxico ou tireoidite (inflamação da tireoide).

Ademais, existe um teste que mede a capacidade da glândula tireoide de captar iodo (cintilografia de tireoide) que também pode auxiliar a identificar a causa do hipertireoidismo.

Como é o tratamento do hipertireoidismo?

O tratamento para o hipertireoidismo irá variar conforme a idade do paciente, a causa da doença, a intensidade dos sintomas e outras condições médicas.

Por isso, é muito importante procurar um endocrinologista que seja experiente no tratamento de pacientes com hipertireoidismo.


Poderemos adotar diversas estratégias, por exemplo:


Drogas antitireoidianas

São medicamentos na forma de comprimido capazes de bloquear a produção de hormônios tireoidianos pela glândula tireoide.

Esses medicamentos controlam o hipertireoidismo rapidamente sem causar dano permanente na glândula.


Radioiodoterapia

A radioterapia consiste em destruir as células da tireoide que produzem hormônio excessivamente.

Como estas células precisam de iodo para produzir os hormônios, elas absorvem qualquer forma desta substância na corrente sanguínea, seja o iodo radioativo ou não.

Então, podemos ministrar o iodo radioativo em forma de comprimido, de modo que ele entre no organismo e a tireoide o absorva.

Dessa maneira, em um período de semanas a meses, o iodo irá eliminar as células que o captou. Como resultado, a tireoide e os nódulos reduzem de tamanho e o nível de hormônios tireoidianos reduzem.


Cirurgia

Podemos curar o hipertireoidismo de forma permanente removendo cirurgicamente a tireoide.

Apesar da cirurgia ser mais invasiva que o tratamento medicamentoso ou a radioidoterapia, quando realizada por um cirurgião de cabeça e pescoço experiente, apresenta uma taxa de complicação inferior a 1%.

Assim, após a retirada completa da tireoide, o paciente não terá mais produção de hormônio tireoidiano no organismo e precisará repor com uso de um comprimido diariamente em jejum.


Betabloqueadores

Independente da causa do hipertireoidismo, podemos prescrever essa classe de medicamentos conhecidos como betabloqueadores que inibem o efeito do excesso de hormônios tireoidianos no organismo.

Os betabloqueadores são extremamente úteis para reduzir a frequência cardíaca, os tremores e o nervosismo, melhorando os sintomas nas primeiras horas após início do uso.

Habitualmente, usamos estes medicamentos até que as outras formas de tratamentos tenham controlado os níveis dos hormônios tireoidianos.

 

Como vimos, diversas são as possibilidades de tratamentos que, quando indicados corretamente, permitem que o paciente tenha qualidade de vida e bem-estar.

Então, não deixe de procurar um Endocrinologista especialista no assunto para te auxiliar!

Não deixe de cuidar da sua saúde. Quanto antes, melhor!


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