Tireoidite de Hashimoto
A tireoidite de Hashimoto, também conhecida como tireoidite linfocítica crônica, é uma doença autoimune na qual as células do nosso sistema imunológico causam inflamação na tireóide e levam à morte das células produtoras de hormônios tireoidianos.
Mais sobre a Tireoidite de Hashimoto
Esta é a principal causa de hipotireoidismo (queda da produção de hormônios tireoidianos) em pacientes sem histórico de retirada cirúrgica da tireóide, responsável por cerca de 90% dos casos.
Apesar do quadro de hipotireoidismo ser o responsável pelos principais sintomas da tireoidite de Hashimoto, é importante ressaltar que a tireoidite de Hashimoto não é sinônimo de hipotireoidismo.
Inclusive, a maioria dos pacientes com esta doença em fases iniciais apresentam a função tireoidiana normal.
Existem fatores de risco para a tireoidite de Hashimoto?
Existem alguns fatores associados a um risco aumentado de doença de Hashimoto, por exemplo:
- Sexo feminino - mulheres apresentam um risco 7 vezes maior de ter a doença;
- Idade - apesar da tireoide de Hashimoto estar presente em todas as idades, a maioria dos casos iniciam entre os 40 a 60 anos;
- Genética e histórico familiar - a doença, frequentemente, acomete mais de uma pessoa na família;
- Doenças autoimunes - ter outras doenças autoimunes, como por exemplo, artrite reumatoide, diabetes tipo 1, lúpus, vitiligo ou doença celíaca, aumenta o risco de desenvolver a tireoidite de Hashimoto;
- Ingestão excessiva de iodo - consumo excessivo de iodo pode ser um gatilho para o desenvolvimento da doença;
- Exposição à radiação - pessoas expostas a níveis excessivos de radiação ambiental são mais propensas à tireoidite de Hashimoto;
- Gestação - alterações fisiológicas na função imunológica durante a gestação podem predispor o desenvolvimento da doença no primeiro ano após a gestação.
Quais os sintomas da doença?
Algumas pessoas podem não apresentar sintomas no início da tireoidite de Hashimoto.
No entanto, à medida que ela progride lentamente, a glândula tireóide aumenta de tamanho, dando origem a uma condição chamada bócio, um dos primeiros sinais da doença.
O bócio é indolor, mas pode causar sensação de inchaço no pescoço.
Além disso, podemos citar outros sintomas que se desenvolvem ao longo do tempo:
- Cansaço (fadiga);
- Ganho de peso;
- Intolerância ao frio;
- Dores musculares;
- Constipação intestinal;
- Depressão;
- Olhos/rosto inchados;
- Pele seca;
- Queda de cabelo;
- Alteração do ciclo menstrual;
- Dificuldade em engravidar;
- Problemas de memória/dificuldade de pensamento ou concentração;
- Batimento cardíaco lento.
A tireoidite de Hashimoto é grave?
Se não for tratado, o hipotireoidismo causado pela doença pode levar a algumas complicações graves e, em casos raros, à morte.
Então, podemos citar como maiores problemas:
- Problemas cardíacos, por exemplo, coração aumentado ou insuficiência cardíaca;
- Problemas de saúde mental, incluindo depressão;
- Coma mixedematoso, uma condição rara e com risco de vida que pode levar à insuficiência cardíaca, convulsões, coma e morte.
Como é o diagnóstico?
Para o diagnóstico da tireoidite de Hashimoto, é importante a avaliação da função tireoidiana com a dosagem no sangue do hormônio tireoestimulante (TSH), tiroxina (T4) e triiodotironina (T3).
Além disso, associamos estes exames à dosagem dos anticorpos antitireoidianos - Anti-TPO (anticorpos anti-tireoperoxidase /anti-microssomais) e anti-Tg (anticorpos anti-tireoglobulina).
Na ultrassonografia, quando o paciente possui a tireoidite de Hashimoto, observamos características típicas da doença, como por exemplo, a presença de ecotextura heterogênea, hipoecóica e aumento do volume da glândula.
A tireoidite de Hashimoto sempre precisa de tratamento?
Como dissemos, nem todo paciente de Hashimoto desenvolve hipotireoidismo.
Contudo, a presença de anticorpos antitireoidianos aumenta o risco de desenvolver hipotireoidismo.
Dessa forma, será importante monitorar a função tireoidiana a cada 6 a 12 meses, porém sem a necessidade de repor o hormônio tireoidiano enquanto a função da tireoide estiver normal.
Como é o tratamento da tireoidite de Hashimoto?
Se a tireoidite de Hashimoto progredir para hipotireoidismo, o tratamento usual é com o hormônio da tireoide, chamado levotiroxina, na forma de comprimido.
Como será o acompanhamento do paciente?
Pacientes com tireoidite de Hashimoto com função tireoidiana normal, sem uso de hormônio tireoidiano devem ser monitorados a cada 6 a 12 meses.
Já os pacientes com início do tratamento medicamentoso recente necessitam de avaliações da função tireoidiana a cada 6 a 8 semanas, até normalizar a função tireoidiana.
Então, após esta adequação inicial, mantemos as reavaliações a cada 6 meses.
É possível prevenir esta doença?
Manter um estilo de vida saudável ajuda o nosso sistema imunológico e é uma forma auxiliar na prevenção e controle da tireoidite de Hashimoto.
Assim, será preciso ter uma alimentação saudável, exercitar-se, dormir bem, não fumar, consumir álcool com moderação e controlar o estresse.
Todavia, caso a tireoidite de Hashimoto evolua com hipotireoidismo, é provável que você precise usar o hormônio da tireoide por toda a vida (>90% ).
Será o médico endocrinologista o responsável por diagnosticar as especificidades de cada caso e optar por fazer o monitoramento ou indicar a medicação na dose adequada ao paciente.