Além do padrão alimentar, do nível de atividade física e estilo de vida, outros fatores como a carga genética, idade, sexo e grau de estresse também contribuem para o ganho de peso.

Atualmente 56% da população brasileira está acima do peso e 20% com obesidade (VIGITEL, 2019), sendo um dos problemas de saúde mais prevalentes no nosso país e frequentemente negligenciado durante as consultas médicas.

Como consequência desse excesso de peso há uma maior probabilidade em desenvolver diabetes, doenças cardiovasculares, câncer e muitos outros problemas de saúde, podendo também afetar a qualidade de vida e autoestima. Por isso é tão importante manter o seu peso na faixa do normal.

Como saber se estou acima do peso e o quanto estou? 

Podemos usar várias ferramentas para saber se o seu peso está baixo, normal ou aumentado, como através do  Índice de Massa Corporal (IMC), bioimpedância, DEXA, entre outros.

A forma inicial mais prática para avaliar o peso é pelo cálculo do IMC (calcule seu IMC aqui) Dividimos o peso corporal em quilos pela altura em metros ao quadrado. A classificação é feita através do resultado:

• ≤18,5 kg/m²: Baixo peso
• 18,6 à 24,9 kg/m²: Eutrofia / peso normal
• 25 à 29,9 kg/m²: Sobrepeso
• ≥30 kg/m²: Obesidade

Algumas pessoas têm um baixo peso por características do seu organismo e tudo bem. Outras podem estar enfrentando problemas, como a desnutrição. Uma avaliação mais completa precisa ser realizada, com auxílio de exames laboratoriais e de outros métodos de avaliação da composição corporal, como a bioimpedância.

Uma outra situação em que o peso isoladamente não reflete a realidade metabólica é quando a  pessoa tem peso considerado normal e apresenta excesso de gordura e baixa quantidade de massa magra. Isso porque o IMC não consegue expressar por si só a real composição corporal, quanto temos de músculo e gordura. Nesses casos também é indicado realizar a bioimpedância e uma avaliação clínica completa, pois pode haver interferência metabólica como reflexo do excesso de gordura corporal mascarada em peso saudável.

Por que usar medicação para emagrecer?

Diariamente recebo pacientes no meu consultório que apresentam grandes dificuldades na perda de peso mesmo fazendo mudanças na alimentação, realizando atividade física regularmente ou em outros casos impossibilitados para o exercícios devido problemas de saúde e ainda permanecem acima do peso. 

Como dito inicialmente, há diversos motivos que podem interferir neste processo. O Endocrinologista consegue avaliar qual o melhor tipo de tratamento medicamentoso, indicando o que é mais efetivo e seguro para o seu caso. Com isso, há uma maior chance de normalizar o seu peso e melhorar a saúde. 

Como funcionam os medicamentos para emagrecer?

Os medicamentos para perder peso atuam reduzindo o apetite, gerando saciedade ou alterando a forma como digerimos os alimentos.

Apesar de interessante a ideia de usarmos medicações para acelerar o metabolismo o efeito colateral desse tipo de medicação podem ser extremamente graves, podendo predispor a infarto, AVC e arritmias, entre outras alterações.

Qual a melhor medicação para emagrecer?

Não temos um único tratamento que seja melhor para todos os pacientes.

Para a escolha da medicação levamos em consideração seu padrão alimentar, presença de comer por ansiedade, compulsão alimentar, idade, outros problemas de saúde, possíveis interações com outras medicações já em uso e experiências com tratamentos anteriores.

Posso associar medicações?

Frequentemente associamos mais de uma medicação no tratamento para emagrecer.

A associação de medicações com mecanismos de ação distintos potencializam o efeito para perda de peso e pode ser muito útil em pacientes com necessidade de um maior emagrecimento.

Medicação para emagrecer apresenta rebote com ganho de peso quando interrompida?

Uma dúvida frequente entre os pacientes é se após parar a medicação para emagrecimento poderia haver um reganho de peso, inclusive maior do que o peso no início do tratamento. 

Não temos evidências de efeito rebote ao suspender a medicação, mas algumas atitudes podem contribuir para esta situação, como:

• Não realizar o tratamento conforme indicado;
• Sedentarismo;
• Permanecer com alimentação inadequada ;
• Não ter realizado mudanças no estilo de vida.

Portanto, o que mais pode desencadear o reganho de peso não é a suspensão isolada da medicação.