Hoje, vamos explorar um tema relevante para muitos que buscam uma abordagem segura e eficaz no tratamento do emagrecimento: a medicação sibutramina.
Como profissional dedicado à saúde e bem-estar, é importante discutir essa substância com informações precisas e embasadas na ciência.
Ao longo deste artigo, abordaremos os benefícios, precauções e considerações essenciais ao utilizar a sibutramina.
Dessa forma, você conseguirá tomar decisões informadas para alcançar seus objetivos de forma saudável e supervisionada.
Lembre-se sempre de que, antes de iniciar qualquer tratamento, é fundamental consultar um especialista.
Somente um profissional capacitado poderá personalizar seu plano de emagrecimento de acordo com suas necessidades individuais.
Vamos juntos desvendar os aspectos fundamentais dessa medicação tão discutida nos meios de saúde.
O que é sibutramina?
A sibutramina é uma medicação amplamente utilizada no tratamento do emagrecimento, conhecida por sua ação como inibidor de apetite.
Aprovada pela ANVISA em março de 1998, é atualmente o medicamento com o registro mais antigo e válido no Brasil para o tratamento de perda de peso em pacientes com obesidade ou sobrepeso.
Atualmente, a sibutramina juntamente com a semaglutida (Princípio ativo presente no Wegovy®, Ozempic®, Rybelsus®), liraglutida (Princípio ativo presente no Victoza® e Saxenda®), contrave® e orlistate são únicos medicamentos aprovados pela ANVISA para tratamento da obesidade.
Porque a sibutramina emagrece?
A sibutramina emagrece devido ao seu mecanismo de ação como um inibidor de apetite. Ela atua no sistema nervoso central, especificamente nos neurotransmissores serotonina e noradrenalina.
Ao fazer isso, a sibutramina aumenta a sensação de saciedade e reduz a sensação de fome, o que leva a uma diminuição na ingestão de alimentos.
Quem possui indicação para utilizar esse medicamento?
A sibutramina é uma medicação que deve ser prescrita com cautela e somente por um médico especialista, geralmente um endocrinologista.
Ela é indicada para adultos que apresentam índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30 kg/m², o que é classificado como obesidade.
A substância é uma opção inclusive para aqueles com IMC igual ou superior a 27 kg/m², quando há presença de fatores de risco associados, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial ou dislipidemia.
Também são candidatas ao uso da sibutramina pessoas que tentaram outras abordagens para perda de peso, como mudanças na dieta e aumento da atividade física, mas não obtiveram sucesso significativo.
Entretanto, é importante enfatizar que não se recomenda a medicação para emagrecimento estético ou em situações onde o sobrepeso não represente um risco significativo à saúde.
Quantos quilos se perde com a sibutramina?
A perda de peso com o uso da sibutramina pode variar significativamente de pessoa para pessoa e depende de vários fatores, como o peso inicial, o estilo de vida, a adesão ao tratamento, a dieta adotada e a prática de atividade física.
Estudos clínicos, como o "Sibutramine Produces Dose-Related Weight Loss", publicado na prestigiada revista médica Obesity Research em 1999, demonstraram resultados promissores.
Neste estudo, os pesquisadores acompanharam pacientes com obesidade, com IMC entre 30 a 40 kg/m², e idade entre 18 a 65 anos ao longo de 24 semanas.
Os resultados apontaram uma média de perda de peso significativa, alcançando 7,4% no grupo que recebeu 15 mg diários de sibutramina, 6,1% naqueles que tomaram 10mg da medicação e apenas 1,2% no grupo que recebeu placebo.
Um achado adicional do estudo clínico foi a observação de que mais de ⅔ (67,3%) dos pacientes apresentaram uma perda de peso superior a 5% ao utilizar diariamente a sibutramina 15mg.
Além disso, mais de ⅓ (34,7%) dos participantes alcançaram uma perda de peso ainda mais expressiva, com uma redução acima de 10% de seu peso corporal.
Como observado em estudos e na prática clínica, a sibutramina tem mostrado resultados consistentes, com uma média de perda de peso que varia entre 5% a 10% do peso inicial.
Essa faixa de perda de peso é considerada significativa e pode trazer benefícios importantes para a saúde, especialmente em pacientes com obesidade ou sobrepeso associado a comorbidades.
Esse medicamento trata compulsão alimentar?
Atualmente, no Brasil, somente a medicação lisdexanfetamina (Princípio ativo do Venvanse® e Juneve®) é aprovada em bula para tratamento da compulsão alimentar.
Porém, podemos utilizar a sibutramina no tratamento da compulsão alimentar em casos selecionados.
A compulsão alimentar é caracterizada por episódios recorrentes e incontroláveis de ingestão excessiva de alimentos, muitas vezes acompanhados de sentimentos de falta de controle e culpa.
A sibutramina, como mencionado anteriormente, é um medicamento que atua como inibidor de apetite.
Ela afeta os neurotransmissores no cérebro que estão envolvidos na regulação da fome e da saciedade, como a serotonina e a noradrenalina.
Esse efeito pode ajudar a reduzir os episódios de compulsão alimentar, diminuindo o desejo por alimentos e proporcionando uma sensação de saciedade mais prolongada.
No estudo intitulado "A Randomized, Double-blind, Placebo-Controlled Study of Sibutramine in the Treatment of Binge-Eating Disorder", publicado em 2003 no JAMA Psychiatry, foram obtidos resultados promissores com o uso de sibutramina no tratamento da compulsão alimentar.
Após 12 semanas de tratamento com sibutramina 15mg ao dia, os pesquisadores observaram uma significativa redução de 66% nos dias de compulsão alimentar, além de uma redução de 42,8% na escala de compulsão alimentar.
Como um benefício adicional, os pacientes tratados com sibutramina também apresentaram uma perda média de peso de 7,2%.
Esses resultados destacam a eficácia da sibutramina no controle da compulsão alimentar em pacientes com o transtorno.
O medicamento mostrou-se eficaz em reduzir a frequência e intensidade dos episódios de compulsão, ao mesmo tempo em que contribuiu para uma perda de peso significativa.
Como tomar sibutramina? Porque tomar sibutramina pela manhã?
A dosagem e a forma de tomar a sibutramina podem variar de acordo com as necessidades e características individuais de cada paciente.
Por isso, é essencial seguir as instruções do seu médico de forma precisa.
A dose aprovada em bula da sibutramina é 10mg e 15mg ao dia, preferencialmente pela manhã, com ou sem alimentos.
Tomar a medicação pela manhã pode ajudar a minimizar o impacto de possíveis efeitos colaterais, como insônia, que podem ocorrer em algumas pessoas.
Normalmente, indica-se o tratamento com sibutramina com uma dose menor.
E, ao longo do tempo, o seu médico pode ajustar a dosagem conforme a sua resposta ao medicamento.
A duração do tratamento também será determinada pelo médico, podendo variar de acordo com as suas necessidades.
Precisa de receita médica para comprar esse medicamento?
A sibutramina é um medicamento de uso controlado com tarja preta devido ao seu efeito no sistema nervoso central, contra indicações e efeitos colaterais.
Por isso, sua venda é regulamentada e restrita, sendo necessário o acompanhamento e a prescrição de um médico especialista, como um endocrinologista.
Para compra de sibutramina é preciso possuir a receita médica em duas vias do tipo B2 (Substância psicotrópica anorexígena) associado ao Termo de Responsabilidade assinado pelo seu médico prescritor.
Qual a diferença entre o Biomag® e a sibutramina?
Biomag® é uma das marcas comerciais da sibutramina produzida pelo laboratório Aché.
Além disso, a sibutramina também está disponível em formulações genéricas e similares, nas doses de 10 mg e 15 mg, comercializadas sob nomes diferentes, como Vazy®, Sibus®, Sigran®, Slenfig®, Grece®, Sigran® e Saciette®.
Qual a valor da sibutramina?
Atualmente, a sibutramina apresenta um dos menores custos entres os tratamentos para obesidade aprovados pela ANVISA, variando em média de R$ 1,00 a R$ 2,00 por cápsula.
Apesar disso, é importante ressaltar que a sibutramina não está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde).
Quais são os efeitos colaterais da sibutramina?
A sibutramina, como qualquer medicamento, pode apresentar efeitos colaterais em algumas pessoas.
Nem todos os pacientes experimentaram os incômodos, e a intensidade e frequência podem variar de acordo com cada indivíduo.
Alguns dos efeitos colaterais mais comuns associados ao uso da sibutramina incluem:
- Boca seca: sensação de ressecamento na boca, que podemos aliviar com a ingestão de água e a manutenção da hidratação adequada;
- Insônia: dificuldade para dormir ou alterações no padrão de sono. Recomenda-se tomar a sibutramina pela manhã para minimizar o impacto na qualidade do sono;
- Aumento da pressão arterial: é possível que a sibutramina cause um aumento leve da pressão arterial em algumas pessoas, por isso, é essencial monitorar a pressão arterial regularmente durante o tratamento;
- Taquicardia: aceleração dos batimentos cardíacos, que pode ser percebida como palpitações ou sensação de coração acelerado;
- Tonturas e dor de cabeça: algumas pessoas podem experimentar tonturas ou dor de cabeça como efeito colateral;
- Náuseas e vômitos: eventualmente, podem ocorrer náuseas ou episódios de vômitos em alguns pacientes;
- Alterações do humor e ansiedade: em alguns casos, a sibutramina pode levar a alterações do humor, como ansiedade ou irritabilidade;
- Constipação: Algumas pessoas podem apresentar dificuldades para evacuar, o consumo adequado de fibras e água é fundamental durante o tratamento.
É importante que os pacientes informem imediatamente o médico se experimentarem qualquer efeito colateral durante o tratamento com sibutramina.
Qual o tempo máximo para tomar essa medicação?
O tempo máximo para tomar sibutramina deve ser estabelecido individualmente pelo médico responsável pelo tratamento.
Nesse sentido, deve-se levar em consideração a resposta do paciente ao medicamento e suas necessidades específicas.
O estudo "STORM", publicado na revista médica The Lancet em 2000, realizou uma avaliação do tratamento com sibutramina em pacientes com obesidade ao longo de 2 anos.
Os resultados do estudo foram notáveis, demonstrando que 77% dos pacientes alcançaram uma perda de peso superior a 5% nos primeiros 6 meses de tratamento.
Entre esses pacientes, 43% conseguiram manter a perda de peso inicial até o término dos 2 anos.
Eles apresentaram uma redução sustentada nos níveis de colesterol, ácido úrico, insulina e peptídeo C.
O uso da sibutramina para emagrecer pode viciar?
O uso da sibutramina para emagrecer não causa vício ou dependência física, ao contrário de algumas substâncias, como drogas ilícitas ou certos medicamentos controlados.
Quando utilizada corretamente e com supervisão médica adequada, a sibutramina é um medicamento que pode ser utilizado a longo prazo sem apresentar riscos de dependência.
Quem não pode tomar sibutramina?
É preciso utilizar a sibutramina com cautela, pois o medicamento possui contra indicações para certos grupos de pessoas.
O estudo "SCOUT", publicado em 2010 no The New England Journal of Medicine, ressaltou os riscos do mal uso da sibutramina em pacientes com contra indicação de bula para a medicação, especialmente em pacientes com alto risco cardiovascular (que apresentavam doença cardiovascular prévia, diabetes tipo 2 ou ambos).
Após uma média de 3 anos e 6 meses de uso da sibutramina nesses pacientes de alto risco, o estudo revelou que, embora não tenha havido aumento da mortalidade, foi observada uma incidência maior de AVC e infarto não fatal naqueles com antecedentes de doença cardiovascular associada ao diabetes tipo 2.
Esses resultados enfatizaram a importância da avaliação cuidadosa dos pacientes antes de prescrever a sibutramina, especialmente para aqueles com histórico de doença cardiovascular e diabetes tipo 2.
O tratamento com essa medicação deve ser individualizado e restrito a pacientes selecionados, levando em consideração suas condições de saúde e fatores de risco cardiovascular.
Pessoas normalmente contraindicadas a tomar sibutramina incluem indivíduos com pressão arterial elevada não controlada, transtornos psiquiátricos graves, como depressão grave, transtorno bipolar ou psicose, mulheres grávidas ou lactantes.
Além disso, a sibutramina pode ter interações com outras medicações que o paciente possa estar utilizando.
Por isso, deve-se informar o médico sobre todos os medicamentos, suplementos e produtos naturais que esteja tomando antes de iniciar o tratamento com sibutramina.
Conte com o acompanhamento do Endocrinologista
O médico endocrinologista é o responsável por acompanhar o uso da sibutramina.
O especialista irá avaliar a adequação do tratamento para cada paciente e monitorar a resposta ao medicamento.
Se surgirem efeitos colaterais ou complicações durante o uso da sibutramina, é importante buscar orientação médica imediatamente.
Precisamos realizar o tratamento com sibutramina de forma segura e responsável, garantindo a saúde e o bem-estar do paciente.
O Endocrinologista é o profissional mais indicado para avaliar a sua condição de saúde, identificar possíveis fatores de risco e contra indicações ao uso de medicamentos como a sibutramina.
Ademais, o especialista irá propor um plano de tratamento personalizado para alcançar seus objetivos de perda de peso de forma saudável.
Além disso, o médico poderá orientá-lo sobre mudanças no estilo de vida, dieta equilibrada e prática de atividade física adequada.
Esses são pilares fundamentais para o sucesso no controle de peso e na promoção de uma vida mais saudável.
Lembre-se sempre de que a sibutramina e outros medicamentos para emagrecimento devem ser prescritos e acompanhados por um profissional de saúde para garantir que o tratamento seja seguro e compatível com as suas necessidades individuais.
Portanto, não hesite em buscar o auxílio de um Endocrinologista para iniciar o seu processo de emagrecimento de forma segura, orientada e com resultados satisfatórios para a sua saúde e bem-estar!
Fontes:
- James, W P et al. “Effect of sibutramine on weight maintenance after weight loss: a randomised trial. STORM Study Group. Sibutramine Trial of Obesity Reduction and Maintenance.” Lancet (London, England) vol. 356,9248 (2000): 2119-25.
- Bray, G A et al. “Sibutramine produces dose-related weight loss.” Obesity research vol. 7,2 (1999): 189-98.
- Appolinario, Jose C et al. “A randomized, double-blind, placebo-controlled study of sibutramine in the treatment of binge-eating disorder.” Archives of general psychiatry vol. 60,11 (2003): 1109-16.
- James, W Philip T et al. “Effect of sibutramine on cardiovascular outcomes in overweight and obese subjects.” The New England journal of medicine vol. 363,10 (2010): 905-17.
